Do Coser e do Cozer. Entre o têxtil e a cerâmica
Magic Carpets

IDEGUI, Guimarães
O QUE FIZEMOS

O Magic Carpets é uma plataforma do programa Europa Criativa, que reúne 21 organizações culturais europeias que criam oportunidades para artistas e curadores emergentes embarcarem em viagens para terras desconhecidas e criarem, juntamente com artistas locais e comunidades locais, novos trabalhos que destacam as especificidades locais e compensam a escassez de histórias existentes na sociedade actual, melhorando a acessibilidade cultural, o activismo cultural e a participação.

Em Guimarães, o projecto Magic Carpets 2023, constituiu-se por 2 residências com a artista austríaca Judith Klemenc e pelo artista português Max Fernandes. A proposta curatorial assentou numa base de trabalho e reflexão sobre as especificidades do contexto e território de Guimarães (têxtil e olaria) e do sistema relacional dos artistas e práticas colaborativas com as comunidades dos Lares da Santa Casa da Misericórdia.  

Considera-se a relação do território de cultura têxtil intrínseco a Guimarães a um lugar dessa mesma cidade que outrora foi, também, de prática oleira com vista à produção de objectos para uso quotidiano doméstico. Apontam-se pontos comuns e díspares, estudam-se esses fluxos. O que representam os têxteis e as peças de olaria nas casas, nas vidas que foram de cada um? São objectos impregnados de memórias e acções – desejos, sonhos ou vontades.

Estas (de)semelhanças revelam-se na prática do comum, da recorrência quer ao têxtil quer à cerâmica para as vivências diárias, nas lendas e tradições, nos ensejos de prosperidade e futuro.

Procuram-se restabelecimentos de um lugar físico e/ou imaterial através do reconhecimento dos lugares, mas principalmente através dos testemunhos e envolvimento das comunidades locais, e das relações com pessoas que aportam histórias, vivências e conhecimento pessoal.

Toma-se como certo que a relação da humanidade com o mundo envolvente é mediada pelos sentidos e pelo cérebro, pelas consequentes memórias.

Entendem-se, interpretam-se, interpelam-se os lugares da acção e convoca-se uma ideia de futuro a partir do seu passado e do seu presente, através de jogos e sistemas activadores das memórias dos lugares (da casa, do trabalho, da fábrica, da rua) e da sua conexão ou reconexão ao sujeito individual ou colectivo (comunidades) e das práticas inerentes a esses lugares (o têxtil e a olaria, a cerâmica e o quotidiano).

Talvez só assim se estabeleça um presente e um futuro.